Jair Bolsonaro é eleito presidente do Brasil, sinalizando junto ao futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, reformas como a da Previdência. Certamente o ano de 2019 será de grandes desafios: o ano corrente é o quinto consecutivo em que o governo brasileiro apresenta um déficit primário. Mais uma vez, adotar uma agenda reformista será de grande importância. Reformas estruturais como a reforma da previdência se tornam condição necessária para que o Brasil consiga diminuir o risco fiscal e inicie um ciclo de crescimento sustentável.

No cenário externo houve forte movimento de abertura de juros, em especial nos EUA. Membros do FED indicaram confiança em prolongar o ciclo de aperto monetário, o qual teve impacto direto nos ativos, que ao longo do mês tiveram significativa queda. Além disso, o governo Trump prepara novas tarifas contra a China. O anúncio deve ser feito no início de dezembro, caso as negociações fracassem em novembro. No México, o presidente eleito, López Obrador, cancela aeroporto bilionário e desagrada investidores. A decisão rejeitou o projeto de US$ 13 bi. Seguem pontos de atenção no momento para o cenário global: eleições legislativas nos EUA; relação comercial entre EUA e China; embate sobre política fiscal entre Itália e União Europeia; sinais de estabilização nos dados econômicos fora dos EUA e a negociação entre Reino Unido e União Europeia quanto ao Brexit.

No Brasil, fomos exceção e tivemos notícias e mercados um pouco melhores do que o ambiente externo. O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros inalterada em 6,5%. A decisão veio em linha com expectativas do mercado. O dólar fechou outubro com a maior queda mensal desde junho de 2016, -7,80%. O PIB da zona do Euro desacelera expansão para 0,2% no 3º trimestre. E o Ibovespa teve o maior giro médio (R$13,3 bi) mensal desde o início do Plano Real, fechando no acumulado até 31 de outubro alta de 10,19% com o segundo melhor desempenho do ano. Por fim, os juros futuros de longo prazo recuam 2 pontos percentuais em outubro.

Luiz Alberto Caser Filho