Evento on-line reuniu especialistas que compartilharam informações do cenário econômico brasileiro e deram dicas para cuidar das finanças pessoais e do negócio

 

Controle de gastos, planejamento, definição de estratégias, avaliação do cenário econômico do país e do mundo. Esses foram alguns assuntos abordados pelos palestrantes experts em economia na 1ª Reunião do Encontro Cindes Jovem 2021, transmitida pelo You Tube da Findes, na última quinta (27).

Para desmitificar as dificuldades em torno da administração das finanças pessoais ou do negócio, o encontro abordou o tema “Educação Financeira e sua Simplicidade”. Os convidados, especialistas em diferentes áreas, enriqueceram um pouco mais o conhecimento de cada participante em torno do tema.

Para conduzir a noite e atuar como mediador, o encontro contou com outro expert no assunto, Marllon Banhos, economista, co-fundador da V3 Capital e membro do Cindes Jovem. Aberto ao público, o Encontro Cindes Jovem acontece a cada dois meses e aborda temas e pautas importantes para o mundo do empreendedorismo.

 

Educação financeira: simples e fácil

Para quem diz que investir é difícil e que não vai conseguir – e isso vale para o cidadão comum, micro e pequeno empreendedor e até mesmo gestor de médias empresas -, o José Guilherme, o Zé, economista e fundador da startup ‘Manda pro Financeiro” especializada em micro e pequenas empresas, explica que não é bem assim em sua palestra “Educação Financeira pode ser simples e fácil”.

“Analise seu extrato, diariamente, que você vai saber como foram os seus gastos, e partir daí faça o controle para conseguir identificar quanto será dedicado para a reserva financeira de emergência, educação, lazer,… Os direcionamentos são os mesmos para as empresas e as pessoas. Não tem segredo!”, pontua Zé.

O entendimento da parte financeira do negócio é outro ponto que merece atenção e que muitas vezes o gestor, quase sempre dono do negócio, acaba deixando em segundo plano. Zé destaca que a partir da simplificação de ações é possível repensar e avaliar o fluxo de caixa e estoque da empresa, como categorizar o extrato bancário e avaliar a necessidade de alguns gastos, como perguntar quanto tempo vai demorar o estoque de determinado produto antes da compra de novos.

Outro ponto são os micro e pequenos negócios que por vezes carecem de acesso de tecnologias de inteligência financeira, a partir de softwares, para conseguir controlar as entradas e saídas, impostos, despesas e afins. Faz toda a diferença organizar o setor financeiro da empresa. “Quanto mais o gestor está concentrado em entregar um bom produto e saber que o financeiro dele está sendo bem feito, mais ele vai trabalhar focado”, diz Zé.

Organizar o fluxo de caixa, separar o que são gastos da empresa e os gastos pessoais, e investir em tecnologias como sites e aplicativos para se informar sobre o assunto, são essenciais para manter as finanças pessoais e do negócio saudáveis e prósperos.

 

Planejar investimentos

Agora, se a finança está equilibrada e a expectativa é dar um upgrade, vale a pena fazer o “Planejamento e Investimento”, como destacou Leonardo Perini, economista da Alphamar Investimentos, em sua palestra. O planejamento da gestão – financeira, de investimento, tributário, de riscos, de aposentadoria e sucessório -, gera ganhos ao longo prazo.

A aplicação financeira pode ser uma boa opção para otimizar a rentabilidade dos investimentos. “Na gestão de investimento buscamos desenvolver e implementar estratégias para otimizar o retorno esperado pelo cliente investidor”, pontua Leonardo. E os resultados vão variar de acordo com o perfil de cada um.

Leonardo lembra que a definição de uma meta de rentabilidade está diretamente relacionada ao parâmetro de risco. A identificação do seu perfil como investidor – conservador, moderado ou agressivo – é o que vai determinar a relação entre a disposição de investir e a capacidade de correr riscos. “O mesmo se aplica aos tipos de carteira de investimentos. Por isso, é preciso estabelecer limites táticos para proteger sua carteira e evitar decisões precipitadas”, reforça o especialista.

Para evitar desgastes e perdas financeiras, é essencial saber identificar o tipo de investidor que você é para definir as estratégias. “Na alocação dos tipos de investimentos, em renda fixa, ações, é importante fazer um rebalanceamento da carteira para otimizar os investimentos”, pondera Leonardo, que reforça a definição de uma política de investimento e metodologia para atender os objetivos traçados.

O mediador, Marllon Banhos, pontua a diversidade de questões que devem ser avaliadas pelo cliente. “É preciso avaliar o perfil e o risco que vem junto, de crédito, da capacidade de honrar o compromisso estabelecido, da liquidez de mercado e com fatores macroeconômicos para tomar a melhor decisão”, diz.

 

Cenários internos e externos

Agora, para tomar uma decisão fundamentada de como organizar e investir o seu dinheiro, é primordial analisar o contexto no qual a sua economia está inserida no “Cenário macroeconômico e político no Brasil”, conforme Álvaro Frasson, economista da BTG Pactual Digital ponderou em sua palestra. “Para saber investir é preciso saber sobre o cenário político do País”.

Ele destacou ainda as perspectivas de crescimento para os próximos meses no Brasil, que pode mudar conforme o fator político. “Para o segundo semestre, a expectativa de crescimento passou de 3,5% para 4,3% para este ano. O mercado financeiro está otimista com a situação financeira, e o mesmo se aplica para o ano que vem. O que não está claro para o mercado é a conjunção das lideranças políticas, o que será fator determinante”, pontua Álvaro.

A avaliação do país como um bom pagador ou não é um outro ponto que merece atenção. Segundo o economista, isso permite identificar se a dívida do país com outros será moderada por juros alto ou baixo. Mas, segundo ele, mesmo sem o selo de bom pagador desde 2015, a junção de vários fatores como o esforço fiscal para enfrentar a pandemia, as expectativas de crescimento para o PIB, o controle da inflação, a casa de câmbio em queda e os investimentos subindo são motivos para o país ser bem visto pelos outros.

“O Brasil tem tudo para caminhar bem nos próximos anos, se as instituições brasileiras com responsabilidade fiscal avançarem em reformas para políticas públicas mais robustas”, complementa Álvaro.

Cindes Jovem e sua atuação

Idealizado pelo Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes), o Cindes Jovem busca formar e desenvolver líderes do futuro, e também fomentar o empreendedorismo nos jovens, por meio de ações diretas com a sociedade e a classe empresarial.

A estrutura e a relevância do Cindes Jovem foram levantadas no Encontro. “Dentro do programa do Ciclo de Formação de Liderança do Cindes Jovem trabalhamos vários temas que são necessários para a formação de um líder jovem. Hoje, só temos a agradecer a presidente da Findes, Cris Samorini, em focar no empreendedorismo jovem para que possa prosperar dentro do ambiente industrial”, pondera o presidente do Cindes Jovem, Jairo Siqueira.

O Programa tem o objetivo de estimular o espírito de liderança em jovens de 18 a 35 anos, a partir de visitas às empresas, palestras, cursos, rodadas de negócios, eventos, entre outras ações. “O Cindes Jovem tem papel fundamental na formação de lideranças, para agregar na indústria, mas também serviços e comércio, e em todos os setores produtivos do Estado, a partir do desenvolvimento de negócios e networking”, pontuou o vice-presidente do Cindes, Raphael Cassaro.

As atividades realizadas favorecem um intercâmbio de informações e debates com grandes empresários. Dessa forma, os associados passam a conhecer um pouco da trajetória de sucesso das organizações.

Fique de olho e acompanhe as redes sociais do Cindes Jovem para se informar sobre os próximos eventos!

 

*Por Fernanda Gomes