As exportações brasileiras não estão crescendo, salvo exceções. Dito isso, é de bom tom observar que a demanda externa pelos produtos brasileiros é crucial para determinar a performance das nossas exportações.
A razão pela qual isso está acontecendo é o fato de que o comércio mundial está estagnado. Outro motivo: os produtos brasileiros são caros, reflexo da carga tributária elevada e da infraestrutura deficiente.
Pelo lado das importações, acontece o oposto, ou seja, elas estão em alta. Neste caso, não há surpresas, já que a economia tem ganhado tração. Além disso, é possível observar que a participação do produto importado na cesta de consumo tem aumentado.
Em 2018, por exemplo, as importações cresceram mais do que o sugerido pela recuperação da economia, já que o parque produtivo nacional está defasado tecnologicamente.
O encolhimento da balança comercial deve prosseguir, o que pode gerar elevação do déficit em transações correntes, incluindo aí a balança de serviços. Este último atingiu 3% do PIB em outubro. Nesse sentido, chama-se a atenção da velocidade de deterioração, apesar do crescimento modesto da economia e da alta do dólar.
Se o país ingressar em um ciclo de investimento robusto e com a abertura comercial gradativa, ambos ampliando a exportação de bens – maquinário e insumos – e serviços tecnologicamente mais sofisticados, o déficit externo mais elevado será algo saudável, pois ajuda a impulsionar o crescimento de longo prazo ao elevar a produtividade da economia.
Luiz Alberto Caser
Palavras-chave: Exportações / Importações
Referências