Enviada a proposta da Previdência, a partir de agora o Executivo inicia a fase de articulação no Congresso. OCDE divulga dados econômicos pouco animadores.  

Dentre as notícias mais relevantes do mês de fevereiro destacam-se, pelo viés doméstico, a proposta da Previdência apresentada ao Congresso e levada em próprio punho pelo presidente Jair Bolsonaro e o ministro da economia Paulo Guedes. Já no cenário externo, senão afligem, ao menos preocupam as manchetes sobre um possível fim do ciclo de expansão da economia global.

Os parâmetros da reforma não fugiram muito aos termos que foram antecipados ao longo do tempo. Mais dura com os servidores públicos, a proposta é mais ambiciosa e robusta que a do ex-presidente Michel Temer.

É bom lembrar que, na ponta do lápis, a intenção do governo é obter uma economia que ultrapassa R$ 1 trilhão em dez anos. No entanto, entre as intenções e o resultado está o Congresso Nacional. O texto irá tramitar na Câmara dos Deputados e terá de passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), cuja mesa diretora está em vias de ser definida.

Para isso, o governo terá de contar com uma peça hábil do xadrez, a fim de viabilizar a reforma: o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. É ele quem será, em boa parte, responsável pela articulação política na Câmara. Além disso, a influência sob a mesa diretora da CCJ será o primeiro teste de fogo.

Quanto ao estrangeiro, um relatório pouco animador divulgado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta para uma desaceleração da economia global, mais pessimista que a do FMI. As novas projeções refletem os eventos dos últimos meses:

  1. EUA e China estão em persistente guerra comercial;
  2. Incertezas continuam sobre o Brexit;
  3. Enfraquecimento da Zona do Euro;
  4. Catástrofe político na Venezuela.

Ressalta-se que o PIB mundial e a inflação internacional perdem força, gerando choques negativos de demanda. É bom deixar claro que o Brasil, ainda que relativamente fechado em termos comerciais, tem sua dinâmica econômica afetada pelos ventos vindos de fora. Daí ser de extrema importância fazermos a tarefa de casa para que o vento vire brisa e não um tornado.

Luiz Alberto Caser