“A nossa vida não pode ser toda programada. Nós podemos sonhar com uma profissão, que escolhemos muito novos, aos 17 anos, mas lá na frente ela não dar a resposta que a gente quer. Precisamos ter coragem, nessas horas, para chutar o balde e ir para uma nova profissão, sermos felizes, realizados, inclusive financeiramente. O que eu quero mostrar para o público é que a carreira profissional pode sofrer variações”. Assim começa a conversa com o chef Juarez Campos, o palestrante do “Encontro Cindes Jovem”, que acontece na próxima terça-feira (16), no Plenário do Sistema Findes, às 18h30.

Proprietário do restaurante Oriundi, que completa 25 anos de funcionamento neste 2018, o chef foi convidado a contar os desafios e aprendizados da sua trajetória para jovens empreendedores.

Formado em Bioquímica, Juarez Campos já foi professor universitário e de cursinho pré-vestibular. Pautou boa parte da sua carreira em ser cientista e teve uma experiência negativa ao tentar empreender em sua área de formação. Desestimulado, ele viu a saída em seu hobby: a gastronomia. Desde então, tem sido bem sucedido na área, sendo reconhecido no estado, no país e também no exterior.

“Quando se têm jovens de qualquer especialidade que queira ouvir sua história é muito interessante”, avaliou o chef sobre o Encontro.

Podemos dizer que os caminhos profissionais do chef Juarez foi uma receita de sucesso, que conta com pitadas de curiosidade em avançar em receitas mais exclusivas, a vontade em sempre pesquisar e aprender, além da criatividade aguçada.

Estudou, se profissionalizou e, hoje, coleciona mais de duas décadas de experiência na área. Juarez se formou pelo Italian Culinary Institute for Foreigners (ICIF), tendo ministrado wokshops na conceituada escola Le Cordon Bleu (Paris), e no Culinary Institute of América (CIA), em Nova York, além de formação no Curso Master de cozinha italiana, no Instituto de Culinária Italiana para Estrangeiros, em Costigliole D’Asti (Itália).

“A minha experiência como professor ajudou e muito nesses eventos”, observa ele, que atua como professor de gastronomia na Faculdade Novo Milênio e na Universidade de Vila Velha (ES), além de ser colunista da Revista AG do Jornal A Gazeta), e comentarista gastronômico da Rádio CBN Vitória.

História

Quando decidiu apostar na gastronomia, Juarez Campos abriu o restaurante no quintal de sua casa com o cunhado. Em uma época que não existia cursos como o Empretec do Sebrae, buscou estudar por conta própria para poder abrir o próprio negócio. Fez uma imersão em restaurantes de São Paulo, buscando o que existia de melhor sobre culinária italiana, a especialidade do Oriundi.

Lá, teve oportunidade de realizar estágios e ver como funcionava de perto uma cozinha. “Não precisava me preocupar com a gestão, isso ficava por conta do meu sócio, o meu cunhado. Então, eu podia me dedicar a parte criativa. Assim, eu trouxe um monte de novidades para a cozinha italiana que ninguém conhecia em Vitória: rúcula, tomate seco, mussarela de búfala, carpaccio, risoto. Meu espírito científico me fez com que eu pesquisasse e quisesse sempre lançar novidades”, relembra.

O chef atribui o sucesso do restaurante a uma série de fatores: o Oriundi foi por muitos anos o único do ramo na cidade, além disso ele nunca parou de estudar e sempre buscou a atualização, buscando a profissionalização também fora do país.

“Eu ainda pegue um período em que meus antigos alunos começaram a voltar para Vitória. Eu sempre falei em sala de aula que tinha vontade de ter um restaurante. Indo para cidades maiores, eles acabaram criando o hábito de frequentar restaurantes e, quando voltaram, passaram a frequentar o meu. Assim, fui ganhando clientes não apenas aos fins de semana e feriados, mas dias de semana, como terças, quartas e quintas-feiras”, apontou.

A confiança e o bom relacionamento com o sócio é um dos pilares do sucesso. “Por trás de tudo, eu tenho um sócio que me deu paz para criar na cozinha, viajar, fazer o nome, enquanto ele cuidava da parte de gestão, que nunca foi a minha praia”, frisa.

Juntos, enfrentaram a época de inflação incontrolável, a mudança de moedas e as crises mais recentes. “Passei por todas as etapas, inclusive a do crescimento do poder aquisitivo do brasileiro, que passou a viajar para o exterior e pôde perceber que o restaurante era igual ou melhor do que os estrangeiros e nos reconheceram. Mas também enfrentamos as crises, mas conseguimos fidelizar o cliente, mesmo surgindo diversos concorrentes, além de manter uma equipe fiel”, contou.

Hoje, ele e o sócio fazem uma gestão de 16 funcionários, tendo 10 deles presentes a mais de 20 anos e quatro que estão desde o início das atividades do Oriundi.

Agora, ele e o sócio trabalham para passar o restaurante para a nova geração da família: o filho de Juarez Campos ficando na gestão e o sobrinho como chef de cozinha.

Quer conhecer mais dessa história, então faça a inscrição aqui: http://bit.ly/encontrocindesjovem

Por Fiorella Gomes