Muito se fala em inovação e sobre sua necessidade para as empresas se manterem competitivas. Mas como fazer para inovar? Como acessar os recursos necessários para fazer a inovação acontecer? Essas perguntas foram respondidas nesta quinta-feira (05) durante a edição especial Conexão Cindes na programação de lançamento do Findeslab, o acesso da indústria à inovação.
Para tirar essas dúvidas e abordar o tema “Ecossistema da Inovação e Movimento Empreendedor”, a Findes recebeu Gloria Hunt, executiva do Consulado Geral do Brasil em São Francisco; e Rick Rasmussen, professor na Universidade da Califórnia em Bekerley, diretor de programas de startups na escola de engenharia.
Gloria trouxe para o público os aprendizados que adquiriu no Vale do Silício, situado na Califórnia, nos Estados Unidos, onde estão situadas as maiores empresas de alta tecnologia. A executiva é responsável por assessorar empresas estrangeiras, de todas as etapas de crescimento, sobre como assimilar o modo de fazer negócios na região e diferentes abordagens para a inovação.
“Eu acho que o Brasil tem um potencial enorme em termos de inovação e empreendedorismo. Esse é um setor que está crescendo no Brasil, fora do radar de crise política e econômica. Temos no país 10 mil startups que criam 30 mil empregos. Então, essa iniciativa da Findes, em lançar o Findeslab, conectando startups, empresas, empreendedores, academia e governo é muito importante, que explora esse potencial que temos em ser um país inovador e empreendedor“, destacou.
Para ela, a chave do sucesso são as conexões, os compartilhamentos de experiências e de ideias, a flexibilidade para ouvir opiniões. “Elas que vão levar você e sua ideia para o próximo passo”, indicou.
Nativo do Vale do Silício com experiência direta na indústria, governo, capital de risco e academia, o professor Rick Rasmussen deu uma aula sobre inovação aberta, fez um passeio sobre a história das revoluções industriais até chegar a 4.0, e mostrou como empresas como a Amazon tem inovado, trabalhando novos produtos, buscando novos mercados.
“Se você quer sobreviver é importante inovar. Se você tem uma empresa grande, essas são as empresas que querem tomar seu lugar no mercado, as startups. Você pode ignorá-las ou ser parceiras delas”, sentenciou.
Rasmussen ressaltou que boa parte dos empreendedores do Vale do Silício são pessoas que não tiveram apoio em seus países para desenvolver suas ideias ou negócios. O professor ainda frisou que mesmo nos Estados Unidos não há ajuda governamental para isso, sendo a maioria das iniciativas sendo aceleradoras e incubadoras prioritariamente privadas.
“Vocês tem muita força local aqui, muita gente girando em torno da criação de startups, em criar um ecossistema de inovação. Deem valor a esse grande potencial. Não tenham medo da mudança de cultura. Ela não é ruim, pelo contrário. Lá no Vale do Silício não temos ajuda do governo, muitos empreendedores sofrem para conseguir inovar. Essa luta que a Findes está travando é muito importante. Parabéns no seu lançamento, estou muito feliz em fazer parte disso”, destacou.
Encerramento
A semana de lançamento do Findeslab se encerra nesta sexta-feira (06), com o lançamento do Programa de Empreendedorismo Industrial, que estimula a inovação aberta. Nele, grandes empresas capixabas expõem seus desafios e empreendedores e startups de base tecnológica deverão propor soluções inovadoras. Todo o processo será desenvolvido em conjunto com o Senai e envolvendo vários atores do ecossistema em uma ação colaborativa.
Por Fiorella Gomes